Cerca de 84% do rebanho brasileiro está localizado em estados cuja febre aftosa não dá sinais há pelo menos dez anos. Em alguns, não existem focos da doença nos últimos 22 anos. Mas o gado continua a ser vacinado.

Com base nisso, o Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) defende o avanço nas áreas consideradas 'livres sem vacinação', status atingido apenas por Santa Catarina, e justifica que o País tem perdido o acesso aos maiores mercados do setor por este motivo.

Importadores como Japão, Coreia do Sul, Cingapura, México, EUA e Canadá, entre outros, não compram carne resfriada ou congelada de países que ainda usam a vacinação, pois têm dúvidas sobre a ocorrência da aftosa no gado vacinado. Este mercado é avaliado em cerca de US$ 12 bilhões. Demais proteínas, como as de suínos, também são afetadas pelo status do País, que dificulta o negócio com os compradores de primeira linha. "Estados Unidos e Austrália são nossos dois grandes concorrentes, e livres da doença sem vacinação. Eles têm abocanhado uma parcela de vendas que poderia ser nossa", conta o vice-presidente do CNPC, Sebastião Guedes, em entrevista ao DCI. O executivo ainda lidera o Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), conforme noticiado pelo jornal DCI.