A Copa do Mundo da Fifa deve ser um impulso adicional para a indústria de doces e salgadinhos engordar a receita durante as festas juninas, que se estendem até meados de julho. As empresas apostam em produtos temáticos e novos formatos para o período, que representa 30% do faturamento do setor no ano.

De acordo com o vice-presidente de amendoim da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Renato Fechino, os meses de junho e julho – que englobam as festas juninas – representam uma parcela importante do faturamento total do setor no ano. “Além deste ser um período muito importante para nossa indústria, a Copa deve trazer um consumo adicional de aperitivos e snacks.”

Neste sentido, a General Mills, dona das marcas Yoki e Kitano, aposta em produtos temáticos para aumentar as vendas durante o período duplamente festivo. “Além das festas juninas, no mesmo período teremos a Copa do Mundo. O consumo durante o evento cresce principalmente em itens como pipoca, snacks de amendoim e salgadinhos”, informou o grupo ao DCI. Alguns dos produtos incluem a pipoca salame (Espanha), nacho picante (México), batata provolone (Argentina), entre outros.

A Santa Helena também aumentou o mix de produtos para as festas juninas, que devem responder por 25% do faturamento total do grupo em 2018. “O consumidor busca cada vez mais alternativas e temos atendido essa demanda com novos produtos, sabores e também novas embalagens para os diversos canais”, afirmou o diretor comercial da Santa Helena, Luís Bertella.

A empresa também aposta em versões diferenciadas para o período, incluindo paçoca de chocolate com cobertura e chocolate crocante. “Além disso, contamos com a decoração das lojas e uma exposição diferenciada nos pontos de venda”, complementa o executivo.

Outros produtos impulsionados pela festa junina, segundo a fabricante, incluem por exemplo amendoim cru com pele, brigadeiro e fondant de leite, todos com o ingrediente.

Em um setor bastante pulverizado, com aproximadamente 400 players somente de amendoim e derivados, a Abicab acredita que as empresas já estão ajustadas após um forte período de turbulência da economia brasileira. “Em 2017, não houve aumento de preços, por isso os fabricantes tiveram que se ajustar em termos de custos”, conta o VP da Abicab.

Segundo ele, o consumo ainda não registrou um crescimento contundente no setor. “De maneira geral, a demanda não teve uma melhora significativa”, explica. No entanto, Fechino relata que houve uma busca por eficiência por parte das empresas. “Adicionalmente, o mercado se beneficiou de uma queda dos preços do açúcar, nosso principal insumo, o que acabou resultando em um equilíbrio entre volumes e margens”, ressalta.

O dirigente alerta, entretanto, para a recente escalada do dólar, que pode impactar de alguma forma as operações das empresas. “Por esse motivo, os fabricantes estão fazendo esforços para eliminar gorduras e se preparar para o futuro”, assinala Fechino.

O VP da Abicab afirma que a greve dos caminhoneiros, que durou dez dias, afetou muito o setor. “Algumas empresas tiveram problemas nas entregas de suas mercadorias e alguns carregamentos não chegaram”, diz Fechino. “No final das contas, a paralisação pode afetar pontualmente o resultado de fabricantes neste ano.”

Fonte: DCI

Quinta Feira - 14/06/2018

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