A preocupação com o excesso de sódio é o mote para a brasileira Nutricare ganhar o seu espaço na disputada indústria de alimentos. Através da marca Zerosodio, a startup oferece salgante (equivalente ao sal), shoyo, snacks e prepara pelo menos mais dez lançamentos para este ano.

Com capital próprio, os sócios da empresa investiram inicialmente R$ 15 milhões para começar a produzir os itens à base de potássio. Desde o ano passado, o faturamento já cresceu mais de 20 vezes. “Muitos alimentos contêm sódio e o excesso desse ingrediente é prejudicial à saúde. Por isso montamos a empresa com um propósito”, conta o CEO da Nutricare, Rodrigo Ribeiro.

Após diversas pesquisas e projetos pilotos, a empresa começou a vender o salgante, que substitui o sal, no ano passado. Em 2018, passou a oferecer o shoyo, com fermentação natural, sem uso de soja transgênica e glúten. “Trabalhamos muito para chegar aos produtos com menor nível de gosto residual. O nosso grande desafio é convencer o consumidor dos benefícios para a saúde”, acrescenta. Os produtos da marca também incluem o chips de batata que não são fritos nem assados. “Produzimos estes snacks com uma tecnologia nova de desidratação”, esclarece o executivo.

No entanto, para conseguir crescer ainda mais, a Nutricare terá que enfrentar grandes desafios, como por exemplo a valorização do dólar. “Boa parte dos nossos insumos é importada”, relata Ribeiro. Entre eles, está o potássio, cuja produção é majoritariamente no exterior. “Além disso, a burocracia e o custo-Brasil impactam muito nossa operação”, explica o CEO da Nutricare.

Com capacidade instalada de aproximadamente 50 toneladas por mês só do salgante, sem contar os outros produtos, a Zerosodio está em 1,2 mil pontos de venda, incluindo gigantes do varejo. “Conseguimos negociar com 40 lojas do Carrefour e já fechamos com o grupo GPA, que detém o Pão de Açúcar”, ressalta.

Além disso, a Nutricare negocia com redes de drogarias como Onofre e Araújo, por exemplo, para vender os produtos da Zerosodio. “Com o apelo de saudabilidade, faz todo sentido estarmos também nas grandes redes de farmácias”, avalia. “O brasileiro está cada vez mais preocupado com a saúde, o único fator que muitas vezes o impede de se alimentar melhor é a restrição orçamentária.” Ribeiro afirma que, hoje, o público de maior poder aquisitivo – que está disposto a pagar mais para obter os benefícios do produto – é o principal alvo da marca.

A Zerosodio já possui patentes no Brasil, EUA, Europa e Japão e, de acordo com Ribeiro, ainda não há produtos similares ao do portfólio da marca sendo vendidos em larga escala globalmente. “Temos potencial para crescer no mundo todo”, garante o executivo.

Segundo ele, a Nutricare está em negociações com diversos países para exportação, entretanto, atualmente, o foco da empresa ainda é o mercado doméstico. “Como estamos criando uma categoria, a procura é muito grande. Mas precisamos ganhar fôlego para conseguir exportar, tudo no Brasil custa ‘seis dígitos’. Mas a exportação vai acontecer”, assegura Ribeiro.

Fonte: DCI

Quinta Feira - 21/06/2018

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