A perspectiva de uma conclusão do ajuste fiscal no longo prazo - após as eleições gerais de 2018 - definirá os rumos da nota de crédito do Brasil, sugeriu ontem o chefe de risco soberano da Moody's para a América Latina, Mauro Leos.

"Há três desafios para o Brasil: fiscal, fiscal e fiscal", reforçou Leos, durante o 12º Seminário Internacional da Acrefi (Siac), em São Paulo. A nota do País perante à Moody's é Ba2, que é o segundo degrau do grau especulativo, com perspectiva negativa.

Leos disse que a agência de classificação de risco visitará o Brasil em março do próximo ano e que, na ocasião, avaliará a evolução do cenário político para decidir sobre o rating do País. Segundo ele, a trajetória da dívida bruta brasileira - que chegou a 73,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro de 2017 - dependerá da sucessão presidencial.

Leos afirmou que "todos sabem" que a dívida nacional continuará avançando nos próximos anos, mas que é preciso saber se o próximo presidente continuará implementando um ajuste nas contas públicas capaz de estabilizar este crescimento. Para o chefe de risco soberano da Moody's, o ajuste precisa ser feito pela via das despesas, principalmente a partir de uma reforma da Previdência Social. "Há incertezas sobre quem será candidato e quem estará no segundo turno. Isso significa que nós temos que considerar - na avaliação sobre a nota de crédito do Brasil - o risco de mudanças na política econômica", destacou Leos, no evento, conforme noticiado pelo jornal DCI.